O TALVEZ


Hoje começo escrever sem inspiração, não sei o que ou onde essas palavras irão definhar. Talvez devesse começar esboçar algumas palavras bonitas, ou, não. Podia também colocar entrelinhas as obscuridades dos olhares tristes daqueles que perderam a essência. Talvez deixarei minha infértida imaginação registrar esse estagnado momento de solidão.

As pessoas seguem seus instintos, naturalmente envolvem-se com o mundo, e por reciprocidade, o mundo as retribui com sua presença fervorosa e com o radiante brilho do sol ou com o gélido ar que recai à noite, perambulando pela madrugada enevoada.
Talvez seja assim que o universo traduz nossas vidas, através das nossas escolhas é que são interpretadas nossas vidas. O talvez prevalece, o talvez pode ser as pessoas, o incerto pode ser nossas escolhas, o talvez pode ser o certo ou o errado, a alegria ou a tristeza, o sim e o não, o querer e o não querer, o yin ou yang.

Talvez somos multifacetados sem a cara da verdade. Somos a contradição de nós mesmos, que não tem a coragem para assumir a realidade lúdica que nos envolve. Ancoramo-nos na primeira ilha de fantasias que encontramos, vivemos toda vida ali. Encontramos nossos próprios deuses e nos mascaramos com a mais bonita capa de nós mesmos para ganhar o apreço de alguém. Talvez "de alguém" seja a maior questão da nossa ilha de fantasias. Talvez não exista quem mereça a nossa gratidão, mas, sim, algo que precise de nossa benevolência.

Talvez devêssemos nos harmonizar, viver, tocar, sentir, aceitar, receber, amar e ser amado. Ser a coexistência de nossa consciência desestruturadora da reciprocidade do universo.

Talvez... não deveríamos estar aqui, se a sintonia das almas fosse perfeita recíproca e as ilhas de fantasias não existissem.

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